Evento promovido pelo SASP reúne centenas de pessoas na Casa de Portugal para apoiar a candidatura de mulheres negras ao STF e aos tribunais superiores.
Por Marina Azambuja
O Sindicato das Advogadas e Advogados do Estado de São Paulo (SASP), realizou na última sexta-feira (06) o evento “Mulheres Negras no STF! Representatividade nos espaços de poder.” A cerimônia que ocorreu na Casa de Portugal reuniu juristas e representantes de movimentos sociais que reivindicam a nomeação de mulheres negras para ocuparem a cadeira da ministra Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal (STF), que se aposentará em breve, e também nos tribunais superiores. Entre os presentes estavam possíveis indicadas para Tribunais Superiores, a advogada e profa. da PUC-SP, Dra. Lucineia Rosa, e a defensora pública e Pró-Reitora de Cultura e Relações Comunitárias da PUC-SP, Mônica Melo.
O evento foi conduzido pela diretora do SASP, Sandra Monção, que também destacou a trajetória das juristas Adriana Cruz (Juíza Federal – RJ), Lívia Sant’Anna Vaz (Promotora de Justiça – BA), Soraia Mendes (Advogada), Manuelita Hermes (Procuradora Federal), Vera Lúcia Araújo (Advogada), Karen Luise Vila Nova (juíza), todas capacitadas para cargos nas mais altas esferas da Magistratura.
A deputada estadual por São Paulo, Ediane Maria, representou as mulheres parlamentares, a Dra. Cláudia Patrícia Luna representou a Advocacia feminina, a Dra. Diumara Araújo representou as instituições, Profª Claudete Alves representou as educadoras, a pesquisadora Helena Pontes representou os Movimentos Sociais (Semana Tereza de Benguela) e por fim, a advogada Dra. Ana Lucia Marchiori que falou em nome das mulheres do SASP.
Em seguida houve a leitura da Carta “MULHERES NEGRAS NO STF! Por representatividade nos espaços de poder” endereçada ao presidente Lula e a todos os seus Conselheiros, nas vozes de Carmen Dora, Marcus Seixas, Lara Ferreira e Ronaldo Piber.
O presidente do SASP, Fábio Gaspar, relembrou a luta da saudosa Dra. Maria da Penha Guimarães, que é ex-diretora do Sindicato das Advogadas e Advogados do Estado de São Paulo, ex-integrante da Comissão Nacional da Verdade da Escravidão Negra no Brasil da OAB, ex-conselheira e ex-presidente da Comissão do Negro e Assuntos Antidiscriminatórios da OAB-SP, ex-integrante da Associação dos Advogados Trabalhistas de São Paulo, Criadora e Impulsionadora da Marcha Noturna pela Igualdade Racial e presença significativa em todas as entidades advocatícias.
“Essa luta não é apenas para marcar posição. Não é apenas para ir em busca de uma conquista. Ter mulheres negras no STF e nos tribunais superiores é a legitimação da democracia e do Estado Democrático de Direito. Nós não podemos aceitar ter um Tribunal de Justiça formado por homens brancos. Não podemos aceitar um STF formado apenas por homens brancos. Eles não têm a empatia dos problemas sociais, os anseios da população brasileira, que tem uma mulher negra”, concluiu Fábio Gaspar.
A atividade contou com apresentação artística da dupla Bruno e Luana, que abriram e encerraram a parte musical do evento.