Diretor do SASP diz que ação da polícia contra Pe. Júlio é reflexo de um Estado abusivo

por | abr 19, 2022 | Geral

Wilson Dias/ABr

Em entrevista ao Uol, Pedro Martinez destaca que a própria PM consente com as ações violentas praticadas por seus agentes. 

No começo do mês a Guarda Civil Metropolitana (GCM) agiu com violência ao impedir que o Padre Júlio Lancellotti distribuísse alimentos à pessoas em situação de rua no centro de São Paulo. A ação abusiva da prefeitura se repetiu na última sexta-feira, 15, quando a polícia interrompeu o padre e sua equipe paroquial de  fornecer marmitas durante uma via-sacra, na região do Largo do São Bento. 

Em entrevista ao portal Uol, o advogado e diretor da Comissão de Direitos Humanos do Sindicato das Advogadas e Advogados do Estado de São Paulo (SASP), Pedro Martinez, afirmou que o próprio Estado legitima a polícia para agir com agressividade e que a Secretaria de Segurança Pública (SSP) consente com as ações praticadas. 

“Se o espaço decisório legitima o abuso, onde vão parar essas atitudes de agentes individuais que cometem esse abuso?”, afirma Martinez. 

Em setembro de 2021, o SASP entrou com um pedido de esclarecimentos da Prefeitura e do Governo de São Paulo, sobre a ação da Polícia Militar que agiu com truculência ao impedir que o Padre Júlio Lancellotti entregasse comida a moradores de rua. A solicitação gerou um processo de investigação interna da SSP. 

Para ter acesso ao desfecho das investigações, o SASP recorreu à Lei de Acesso à Informação (LAI), e soube que o pelotão  foi inocentado. Após ser questionada sobre a ação da polícia, a SSP declarou que cabe ao Poder Judiciário questionar este ocorrido, mesmo a investigação sendo interna.  

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