O Sindicato das Advogadas e Advogados do Estado de São Paulo (SASP) promoveu nesta quarta-feira (20) a atividade “Ecos do Silêncio: Preservação da Memória”. O propósito do evento foi convidar a comunidade para uma profunda reflexão sobre a herança histórica da escravidão e seus impactos duradouros na sociedade.
A atividade teve uma roda de conversa seguida de exposição de objetos históricos de suplício, que retratam as difíceis condições enfrentadas pelos negros escravizados, relembrando e honrando essa memória.
Um momento marcante foi a palestra da advogada, pesquisadora da escravidão e integrante da Comissão de Igualdade Racial e Verdade Sobre a Escravidão do Sindicato (CIRVE), Mabel de Souza, abrindo-se para a roda de conversa, com perguntas e opiniões dos presentes, conduzida pelo presidente do SASP, Marcus Seixas e pela diretora de Cultura, Lazer e Esporte e coordenadora da CIRVE, Sandra Monção.
O evento foi realizado em conjunto com a OAB/SP e contou também com a presença da presidente da OAB-SP, Patricia Vanzolini, do vice-presidente, Leonardo Sica e diversos diretores, tanto da OAB quanto do SASP, além de associados e convidados.
O ambiente foi tomado pela emoção dos presentes, ao ser relatado pela palestrante os horrores do período escravagista em nosso país, principalmente quando demonstrado através dos objetos, as torturas a que eram submetidos os negros pelos 388 (trezentos e oitenta e oito) anos em que o Brasil teve sua economia ligado ao trabalho escravo.
O presidente do SASP, Marcus Seixas lembrou que “o 20 de novembro de 1695 foi o dia da morte de Zumbi dos Palmares. Hoje celebramos a resistência negra.
O 20 de novembro não é um dia de comemoração, mas de muita reflexão, sobre o que conquistamos, e sobre as lutas que ainda estão por vir. Viva a resistência negra!”, concluiu.
Por fim, a reflexão que ficou é que o Brasil ainda não conhece sua história e que é necessário levar esta exposição e rodas de conversa para outros locais, aprofundando o conhecimento para exterminar de uma vez com o racismo, que ainda está estruturado em nossa sociedade até os dias de hoje. A OAB/SP, através da sua presidente, se colocou à disposição para que possamos levar esta atividade para a sua sede principal e as subsedes da entidade que se disponibilizarem a oferecer seus espaços.