Ex-ministro deve mostrar as provas que diz ter sobre interferência direta do presidente no comando da PF
Por Redação Brasil de Fato
O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, vai prestar depoimento neste sábado (02), à Polícia Federal e à Procuradoria Geral da República (PGR) em Curitiba (PR), onde voltou a morar após deixar o governo de Jair Bolsonaro (sem partido). A expectativa é de que Moro apresente provas sobre a interferência do presidente na indicação do delegado Alexandre Ramagem para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal (PF), conforme relatou em seu discurso de desligamento do cargo.
A oitiva foi marcada após o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), dar prazo de cinco dias para a corporação ouvir o ex-ministro, e deve ocorrer entre as 11h e 14h.
Nesta sexta-feira (1º), o ministro deferiu pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, e designou três procuradores indicados pela PGR para acompanhar o depoimento do ex-ministro da Justiça.
Segundo a revista Veja, Moro afirmou que entregaria provas de acusações de interferência política direta de Bolsonaro na Polícia Federal “em momento oportuno”. Ele deixou o ministério no último dia 24 fazendo acusações diretas ao presidente.
Ramagem, o indicado pelo presidente, foi chefe da segurança de Bolsonaro após ele ter sido eleito. A proximidade com a família o fez amigo de Carlos Bolsonaro, o filho zero três, investigado pela PF por suspeita de articular esquema de disseminação em massa de informações falsas.
A nomeação de Ramagem para o cargo foi suspensa pelo também ministro do STF Alexandre de Moraes, sob o argumento de que a indicação não observava os princípios da impessoalidade e da moralidade pública.
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